Caro Jorge,
Essa semana faz seis meses que fui ao show do Chico. Como
assim qual Chico? Chico só tem um. Os outros não são Chico, são “Chico não sei
de que”, “Chico não sei da onde”, Chico Bento, Chico Anísio, Chico Sá, Chico de
Dona Maria, Chico do bar da esquina.... Chico, assim em prenome solo, só o
Buarque.
E daí, né? Daí que é um pretexto pra eu contar, em três
crônicas, como foi o show. Já adianto uma coisa: Chico é lindo! Valeu a viagem,
a fila e o rombo na conta bancária.
Saudações, e até a próxima.
SHOW DO CHICO - PARTE 1
Sexta-feira, 06 de abril de 2012.
Hall do HSBC Hall, São Paulo. Uisquinho pra lá, canapezinho pra cá...
Chico Buarque de Hollanda em cores, tamanho real. Fila pra
tirar foto com o Chico de papelão.
É lógico que eu fui! Tirei
foto com o cartaz, sabendo que não tiraria ao lado do verdadeiro. Comprei o CD
novo, sabendo que não seria autografado.
(Aliás, eu tive a desfaçatez de
perguntar se os CDs seriam autografados, e o vendedor teve a desfaçatez de rir
na minha cara!!! Ah, meu caro, não custa sonhar, e você me vem com zombaria
numa hora dessas?)
Todos a postos, devidamente acomodados em suas mesas
elegantes e espaços exíguos. Eu confesso! Confesso que algumas vezes passamos
os olhos pela platéia, buscando flagrar algum rosto conhecido de celebridade de
televisão. Pois não há sempre nos DVDs gravados no Rio ou São Paulo aquelas
carinhas conhecidas sorrindo para o seu artista preferido? Bem, tudo que
conseguimos foi um sósia do Collor sentando-se à nossa mesa e ameaçando
atrapalhar-me a visão. Mas calma, nem tudo está perdido. Empurra a cadeira um
pouquinho pra lá, puxa a mesa um pouquinho pra cá, pronto, visão completa do
palco e de Chico.
Meu Deus, é Chico mesmo, tô vendo ele todo, que fofo, tô vendo
até o pezinho marcando o compasso.
Mais novo que imaginei, tímido, lindo, penteado, perfumado (tenho
certeza de que senti seu cheiro! Será que eu tô sonhando?) Começo a ouvir
aquela vozinha fraca e quase desafinada: não tô sonhando, é ele mesmo!
Esqueci de tudo, esqueci de quem eu sou e de quem eu não sou,
não tem mais ninguém no teatro, não tem mais ninguém no mundo, tô vendo Chico
Buarque ao vivo cantando pra mim.
Se eu tiver de sofrer, se eu tiver de penar, se eu tiver de
morrer, se houver terremoto ou vulcão, arrastão de pivete ou avião caindo, que
não seja agora, meu Deusinho querido, que seja daqui a duas horas, depois do
show.
Obrigada, Deus!
No próximo capítulo: "Eu daria pra Chico Buarque" |
Lindos... ♥
ResponderExcluirLindo show, lindo Chico, linda crônica, linda você...
ResponderExcluirE nem é Caetano, é Chico!
ExcluirValeu, Linda.